Dezenas de milhares de pessoas em toda a Europa protestaram neste domingo (27) contra a invasão da Ucrânia pela Rússia, no quarto dia do maior ataque a um estado europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
Mais de 100 mil pessoas se reuniram no centro de Berlim, carregando cartazes que diziam "Parem a guerra", "A última guerra de Putin" e "Estamos com a Ucrânia", juntamente com bandeiras ucranianas e da União Europeia.
O serviço de trem e metrô foi interrompido em algumas partes da capital alemã depois que milhares de pessoas se reuniram no Portão de Brandemburgo, perto da embaixada russa.
O protesto ocorre no momento em que mísseis caem sobre cidades ucranianas e milhares de civis ucranianos, principalmente mulheres e crianças, tentam fugir para países vizinhos.
"Ucranianos: Vocês são bem-vindos aqui!" gritou um dos oradores em Berlim enquanto a multidão aplaudia.
Mais de 368 mil refugiados fugiram da Ucrânia, disse a agência de refugiados da ONU neste domingo, citando dados fornecidos por autoridades nacionais.
Cerca de 80 mil manifestantes lotaram a praça central de Praga. O primeiro-ministro tcheco disse à multidão que o país ainda se lembra de seu próprio terror com os tanques russos entrando na capital há mais de cinco décadas.
"É claro que tive que vir aqui hoje, porque é preciso enfrentar o mal", disse o aposentado Jindrich Synek à Reuters. "Eu já experimentei isso nesta praça algumas vezes."
A Praça Venceslau foi o lar de manifestações durante a Revolução de Veludo de 1989, que encerrou décadas de regime comunista apoiado pelos soviéticos, bem como protestos em 1968, quando tropas lideradas pelos soviéticos invadiram a Tchecoslováquia comunista para encerrar reformas que perturbaram Moscou.
No centro de Madri, milhares de manifestantes agitaram bandeiras ucranianas. Eles seguravam cartazes que diziam "Paz", "Pare Putin" e "Putin, você deveria estar com medo: minha avó está realmente brava."
"Queremos que nosso país seja independente. Queremos estar na Europa. Queremos que Putin nos deixe em paz, deixe nossas casas e não bombardeie nossa terra, nossos pais e parentes na Ucrânia", disse a ucraniana Vira Panas, de 34 anos, que vive em Madri.
Protestos semelhantes ocorreram em Roma, Lisboa e Londres.
Na Rússia, as pessoas saíram às ruas para expressar sua oposição à guerra. A polícia deteve mais de 1.700 pessoas em protestos contra a guerra que ocorreram em 46 cidades russas neste domingo.
Isso elevou para cerca de 5.500 o total de manifestantes detidos desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro, disse o grupo independente de monitoramento de protestos OVD-Info.
Fonte: AgênciaBrasil
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