Com 62 mil habitantes, a cidade de Floriano tem enfrentado uma onda de violência que parece não ter fim. Assassinatos, roubos, assaltos viraram rotina nos bairros. O ano mal começou e janeiro chega ao fim com cinco homicídios registrados. Um número que nunca se viu. O último caso, um jovem de 19 anos, foi executado em um campo de futebol. A situação é alarmante e a população está cada vez mais desesperada, diria até que refém da própria sorte. Sair de casa e retornar salvo deixa de ser um mero exercício da liberdade democrática e se torna um exercício de fé. Como diria MC Marks, se Deus é por nós, quem será contra? Bem, parece que o silêncio dos governantes e apatia dos órgãos de segurança em tomar providências é a resposta.
Enquanto o governador Rafael Fonteles viaja o mundo, faz empréstimos e trends nas redes sociais a população padece sem respostas. E não! O problema não é apenas o efetivo da polícia militar que é irrisório ou a falta de estrutura da polícia civil (que de novo só tem a fachada da delegacia). Esses homens e mulheres fazem muito com pouco ou quase nada e também estão à mercê da própria sorte.
Ouvindo “Órfãos do Paraíso", música de Marcus Viana, encontrei a metáfora da verdadeira realidade de Floriano em relação a segurança pública. A canção fala sobre a busca por um lugar ideal, onde a paz e a harmonia prevalecem. No entanto, para a maioria acachapante dos moradores da Princesa do Sul, essa busca parece ser uma utopia distante. Apesar das promessas eleitorais, a população sente na pele o descaso evidente. A falta de recursos, a ausência de políticas eficazes e a ineficiência das forças de segurança têm contribuído para a deterioração da situação. O silêncio do governo do estado e de nossos representantes políticos (todos eles e de todas as esferas) reforça ainda mais a falta de interesse em resolver o problema.
Esse sentimento reflete a dor e a desesperança dos cidadãos que vivem em meio à violência e reflete no estilo de vida do florianense. Mas lembro aos digníssimos representantes que a busca por um lugar seguro não é apenas um sonho, mas uma garantia constitucional, cívica. A comunidade de Floriano está clamando por mudanças. A população quer ver ações concretas, investimentos em segurança (de verdade, não apenas de fachada) e políticas públicas que realmente façam a diferença.
Basta de escuro! Vamos buscar os restos nas sobras da vida? Ou nas cinzas da esperança, nas brasas da chama que nunca irão se apagar. Reinventemos uma nova Floriano, colando pedaços de sonhos e de amor, onde os anjos nos abram, enfim, os portões do paraíso.
Comentários (0)
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião desta página, se achar algo que viole os termos de uso, denuncie.
Comentar