Um funcionário de uma clínica de reabilitação de Cotia, de 24 anos, foi preso acusado de matar um paciente. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, o crime ocorreu por volta das 14h30 desta segunda-feira (9) na Estrada Velha de Aguassaí. Outro funcionário é investigado.
A vítima, identificada como Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos, foi internada pela própria família. Em um áudio, enviado por celular, o monitor confessou o crime, segundo a polícia.
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o paciente, quase sem roupa, com as mãos amarradas para trás, preso na cadeira da clínica de reabilitação para dependentes químicos. Pelo menos quatro homens riem da situação.
O paciente passou mal na segunda-feira e foi levado ao hospital. Os funcionários que fizeram o transporte até a internação aparecem dando risadas. Os médicos viram as marcas de violência no corpo dele. Horas depois, a vítima morreu em consequência das várias agressões que sofreu, segundo a polícia.
"Informações de próprios internos de que existiam agressões físicas dentro da clínica contra não somente aquela vítima, mas contra outras pessoas também”, revela o delegado Adair Marques Correia.
Matheus de Camargo Pinto confessou ter gravado o vídeo e afirmou que apenas conteve fisicamente o interno. No entanto, depois que a morte de Jarmo foi constatada no hospital, policiais civis vieram até a clínica e localizaram o telefone celular do funcionário. No aparelho, os investigadores encontraram uma mensagem em que o funcionário assume que bateu tanto no interno que chegou até a machucar a própria mão.
"Cobri no cacete, cobri. Chegou aqui na unidade, pagar de bravo, cobri no pau, tô com a mão toda inchada”, diz ele no áudio.
Matheus foi preso em flagrante por tortura seguida de morte, crime punido com 16 anos de cadeia. A justiça decretou a prisão preventiva dele. A polícia diz ainda que o interno recebeu remédios de uso controlado à força e que isso pode ter contribuído para a morte dele.
"A vítima foi dopada com medicamentos. Há a possibilidade de que essa medicação em excesso possa ter sido a causa da morte da vítima somado ao fator agressão física”, complementa o delegado.
A prefeitura de Cotia informou que a clínica era clandestina e foi fechada pela vigilância sanitária. Os responsáveis já foram processados por maus-tratos contra pacientes em outra clínica na mesma região.
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