Após as cantoras Ivete Sangalo e Ludmilla anunciarem nesta quarta-feira (15) o cancelamentos de suas turnês alegando problemas com a produtora 30E, conhecida por organizar grandes eventos, a revista Billboard, especializada na indústria musical, expôs que o que pode ter levado ao cancelamento das turnês foi o fracasso na venda de ingresso. A publicação trata os projetos como “tragédia anunciada”.

Uma das maiores intérpretes do país, Ivete Sangalo deu o pontapé inicial na turnê em comemoração dos 30 anos de carreira numaapresentação no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro. As vendas foram uma decepção. Há notícias de pessoas ligadas à produção do show que foram a um shopping da cidade distribuir ingressos para o público. Ainda assim, a turnê "A Festa" havia sido mantida.

Os resultados teriam sido catastróficos. Para se ter uma ideia, o segundo show de Ivete, na Arena Manaus, teria capacidade para 44 mil pessoas. Pouco mais de 2.500 ingressos haviam sido vendidos. Em Presidente Prudente (SP), foi pior: não passaram de cem ingressos.

Ludmilla foi outro caso. Estima-se que ela teria recebido um adiantamento de R$ 2 milhões a R$ 3 milhões para fazer a turnê "Ludmilla in the House" pela 30e. As dez apresentações programadas acabaram virando duas e, hoje, nenhuma.

Os shows da carioca foram marcados para locais que abrigariam entre 10 mil e 20 mil pessoas. Não passaram de 500 bilhetes vendidos. “A 30e comprou Ludmilla e achou que tinha o ‘Numanice’”, diz uma fonte do showbiz em off para a Billboard Brasil, referindo-se à bem-sucedida turnê anterior da cantora.

O alto valor dos ingressos é uma questão citada pelos especialistas ouvidos pela Billboard Brasil –além da grande quantidade de eventos, que faz com que o público precise escolher a que shows ir. Em Belém, um dos destinos das turnês da 30e, os ingressos para assistir a Ivete e Ludmilla iam de R$ 150 a R$ 3.000 por cabeça. Segundo dados do IBGE o salário médio do trabalhador paraense aparece entre um dos menores de toda a região Norte, com média de R$ 2.200.