Foi dada a largada para as eleições 2024 e o centro das atenções está voltado para a capital com uma disputa que promete entrar para a história. De um lado, o deputado estadual petista, Fábio Novo, montou uma ampla frente de partidos com um único objetivo: vencer as eleições na capital, algo que o PT nunca conseguiu no Piauí. Do outro lado, o ex-prefeito Sílvio Mendes, tenta retornar ao Palácio da Cidade.
Hoje, as pesquisas apontam Sílvio como favorito, mas a máquina de “moer gente”, o que conhecemos como “fritura”, já começou. A imagem que estampa essa reportagem é um exemplo claro disso, onde são apresentados os dois candidatos. O primeiro, Fábio Novo, é apresentado com sorriso vivaz e em cores vibrantes, logo abaixo é adjetivado com palavras que denotam “energia, vontade, disposição e futuro”. Já Sílvio Mendes surge com semblante cansado e em preto em branco onde é adjetivado com as seguintes palavras: cansaço, preguiça, lentidão e passado. Sílvio é um médico de 74 de anos, ex-prefeito de Teresina que saiu com 92% de aprovação e tem forte apoio popular dos teresinenses, mas para a campanha opositora, ele é apenas um homem idoso, cansado e preguiçoso.
O nome dessa prática, o preconceito contra pessoas por causa de sua idade, é conhecida como Etarismo. Esse preconceito, visto em todas as esferas da sociedade é muito mais comum contra pessoas idosas, se manifestando de diversas maneiras, como na forma como desconsideramos a opinião de uma pessoa apenas por ela ser idosa.
E aqui entra a máquina de fake news, patrocinada pelo Governo do Estado do Piauí, que tem disseminado mensagens como essa em grupos e nas redes sociais. Isso mostra os rumos que campanha eleitoral no Piauí vai tomar. Fazendo comparações entre o velho e novo, colocando de lado a experiência e dando espaço para aventureiros políticos sem nenhuma experiência administrativa, mas com muita vontade ocupar espaços.
Essas comparações, mostram o quanto a sociedade brasileira é atrasada e preconceituosa. Em países como Japão, a velhice é considerada como fator de respeito. No Brasil, ser velho remete à lentidão e preguiça.
Além de etarismo, essa prática pode ser chamada de idadismo ou ageísmo, sendo que este último termo deriva de ageism, palavra criada no inglês para mencionar esse preconceito. O etarismo se manifesta em diversos ambientes, mas principalmente no ambiente familiar, profissional e de saúde. Pode causar graves sequelas psicológicas nas vítimas.
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