Grupos de manifestantes de Paris adotaram uma nova tática durante os atos contra o presidente Emmanuel Macron: serem rápidos e imprevisíveis.
A cidade vive noites de protestos depois que duas moções de censura contra Macron fracassaram (leia mais abaixo).
Na segunda-feira (20) à noite, os manifestantes, em sua maioria, não buscaram confrontos com a polícia, mas encheram as ruas de obstáculos, sejam bicicletas, lixo ou paletes de lixo incendiados, para dificultar o avanço motorizado das forças de segurança.
Os manifestantes afirmaram que se inspiraram nos manifestantes de Hong Kong, que em 2019 fizeram protestos contra as reformas políticas que restringiram a democracia na ilha.
Um dos manifestantes no bairro de Les Halles afirmou que, assim como os manifestantes de Hong Kong, eles seguem o lema do ator de origem chinesa Bruce Lee, que é "be water" (seja água, em tradução literal). A ideia é ser moldável, como a água, que ocupa toma a forma dos recipientes em que entra, e evitar a rigidez.
O plano é renovar as ações para manter a pressão, segundo o manifestante.
Os participantes na manifestação progridem rapidamente, às vezes em pequenos grupos de dezenas, ou em bloco, em uma nova ação não declarada às autoridades..
A multidão avança "como a água": quando as forças de segurança se aproximam, a multidão se desfaz em vários grupos menores. Isso faz com que a polícia não entre diretamente em confronto (no entanto ainda houve alguns incidentes, como é possível ver no vídeo acima). Pouco depois os manifestantes recompões os blocos maiores.
Ruas de Paris dificultam as manifestações
Um dos problemas dos manifestantes, no entanto, é que a arquitetura não favorece os protestos, de acordo com uma manifestante.
No século 19, a cidade passou por reformas que criaram amplas avenidas e bulevares (vias largas e arborizadas), e em um terreno mais aberto, os manifestantes têm mais dificuldade para fazer seus protestos.
Manifestações que fracassaram
As manifestações começaram quando o presidente Emmanuel Macron aumentou a idade mínima para aposentadoria sem passar a proposta pelo Legislativo.
Houve semanas de protestos convocados pelos sindicatos não fizeram com que o presidente retirasse sua reforma.
O Legislativo votou duas moções de censura contra Macron, e ele venceu ambas. Os atos das últimas horas são essencialmente para demonstrar o descontentamento com o presidente.
Fonte: G1.com
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