O ex-ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, afirmou hoje (8) em Teresina que o novo ministro terá que recompor tudo que foi destruindo no governo de Jair Bolsonaro na área da educação.
Participando de evento da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Renato Janine fez críticas à gestão do Ministério da Educação (MEC) ao longo de todo o governo do presidente Jair Bolsonaro e destacou quais serão os desafios para os próximos anos.
“O MEC é um ministério enorme. Ele tem como desafio recompor tudo que foi destruído. Então ele tem que recompor o orçamento das Universidades Federais, que são mais de 60, dos quase 40 Institutos Federais de Ciência e Tecnologia, que são as antigas escolas técnicas”, afirmou o professor de filosofia ao Cidadeverde.com.
Ex-ministro da Educação no governo da ex-presidenta Dilma Rousseff (PT), Janine Ribeiro lembrou os escândalos de corrupção envolvendo a participação de pastores negociando a liberação de recursos do MEC. Segundo ele, a pasta precisa recuperar sua liderança no sistema de educação básica.
“Esse papel de líder foi totalmente abandonado enquanto os ministros se ocupavam de bíblias e barras de ouro. Agora o papel do MEC tem que ser retomar o trabalho conjunto com as prefeituras e governos estaduais para melhorar o ensino fundamental e médio”, argumentou o presidente da SBPC.
Novo ministro
Durante a entrevista, Janine Ribeiro também comentou positivamente a possibilidade de Fernando Haddad (PT) reassumir o MEC em 2023. Para ele, o petista foi o responsável por importantes políticas educacionais implementadas no país.
“Acho muito bom. Foi ministro por mais tempo na história do MEC e fez mudanças muito notáveis. É bom dizer que ele foi ministro em um período em que havia bastante dinheiro e que o Brasil soube usar esse dinheiro muito bem”, afirmou o docente.
Apontado como um dos nomes favoritos para ocupar a pasta no terceiro mandato de Lula na presidência da República, Fernando Haddad foi ministro da Educação entre 2005 e 2012, quando foi eleito prefeito de São Paulo.
Foi durante sua gestão no MEC houve a implementação do Programa Universidade para Todos (ProUni) e a reformulação e ampliação do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (FIES) e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), por exemplo.
Ciência e tecnologia
Janine Ribeiro ainda enfatizou que também será preciso um trabalho de reconstrução do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, sobretudo na recomposição dos seus quadros e retomada dos investimentos em pesquisas. Ele pontuou o caso do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), impactado com o corte de orçamento.
“Houve muito prejuízo. Por exemplo, no caso do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais [Inpe], que deixou de ter recursos para, por exemplo, lançar satélites. Você não tem como fazer pesquisa espacial sem satélite, então ele precisa recompor também esses pontos”, frisou o ex-ministro da educação.
Outras questões
Por fim, Janine Ribeiro pontuou que o próximo governo precisará se voltar para as discussões ambientais e sociais. O Brasil vai ter que preservar melhor o seu meio ambiente, que foi muito descuidado no governo Bolsonaro. Vai ter que entrar na economia verde, com menos carbono. Temos que garantir que realmente mulheres, indigenas, negros tenham uma presença mais forte na cena pública brasileira, inclusive na ciencia”, finalizou.
Fonte: CidadeVerde
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