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Menina espancada por facção relata medo e apresenta melhora no quadro de saúde

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A menina de 11 anos agredida no último domingo (06) por duas adolescentes suspeitas de integrar uma facção criminosa no município de Ilha Grande apresentou melhora no seu quadro de saúde, mas relatou medo ao ser questionada sobre o caso.  Ela está internada desde quarta-feira (09) no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em Parnaíba.

"O médico me passou que ela  já está bem melhor, podendo abrir os olhos. Tem dois dias que ela está falando e conversando um pouquinho. Ela está um pouco com medo [...] a criança está com um pouco de receio, porque a agressão foi muito recente e muito próximo da casa dela”, disse ao Cidadeverde.com a conselheira tutelar Damiana da Paz.

De acordo com o Conselho Tutelar, a criança teria sido agredida com socos, pontapés e pauladas por jovens de 12 e 14 anos, que supostamente fazem parte da facção criminosa e que queriam se vingar da irmã da vítima, uma adolescente de 16 anos.  

“Tentamos conversar com ela, mas como trabalhamos com delicadeza pelo fato de ser uma criança, não exigimos muito dela. Ela é muito tímida. Ela não relatou diretamente [sobre a agressão], não falou nada", comentou Damiana da Paz. 

Mãe não colabora com as investigações

A conselheira também revelou que a mãe da menina também não tem colaborado no sentido de esclarecer os fatos. “É difícil. Ela não contribui com as investigações. O Conselho Tutelar precisa ter um esclarecimento melhor, mas ela não colabora”, afirmou. 

Apesar de apontar que a prioridade no momento é resguardar a integridade da vítima,  o promotor Ruszel Cavalcante, da 3ª Promotoria de Justiça de Parnaíba, acredita que os pais da criança podem ser responsabilizados civilmente e criminalmente caso os relatórios do Conselho Tutelar e o inquérito da Polícia Civil apontam que houve negligência familiar. 

“A menina pode ser destituída do poder familiar. Isso vai ser analisado posteriormente [...]  as consequências em relação aos pais vão vir, nem que seja só na seara civil com a perda do poder familiar. Na seara criminal, depois dos relatórios há de se apurar se há necessidade. Por hora é a questão do acolhimento”, finalizou Ruszel Cavalcante.

Transferência para abrigo

Apesar da melhora, os médicos ainda não deram uma previsão de alta para a paciente. A expectativa é que ao deixar a unidade médica, a menina seja encaminhada para um abrigo em outra cidade já que a cidade de Ilha Grande não possui uma casa de acolhimento. 

“Entramos com uma ação para que as autoridades tomem as decisões. Fizemos todos os requerimentos, pedindo essa medida à Justiça. Comunicamos a secretaria de assistência social, pedindo que tome as providências”, concluiu a conselheira tutelar.

Fonte: CidadeVerde

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