"Eu estou viciada em mezcal, passou a ser a minha bebida predileta", diz Sophia Abrahão, 31, sobre a temporada que passou no México. A atriz não visitou o país a turismo, mas para gravar sua participação na série "Amores que Enganam", que estreia neste sábado (6) no canal pago Lifetime.
"A experiência foi muito enriquecedora pra gente, falamos espanhol, inglês, português... essa mistura foi maravilhosa", elogia em bate-papo com a imprensa, do qual o F5 participou. Ela diz que se sentiu acolhida pela equipe local e que se surpreendeu por não acreditar que o cronograma enxutíssimo (cerca de uma semana) seria cumprido. "Eu inclusive estava preparada para ficar um pouco mais se fosse preciso", conta.
Na série (que traz uma história diferente com novo elenco a cada episódio), ela interpreta Amanda, uma jovem que rompe com o noivo após ser traída. Ainda tentando se recuperar do baque, ela conhece Patrick (Duda Nagle), que em princípio parece a solução de seus problemas, mas acaba se mostrando um homem abusivo.
"Eu acho que, no geral, a série é um chamado, um recado para [lembrar de] algumas situações que infelizmente acontecem, de relacionamentos abusivos e tóxicos", explica Sophia. "Quando me perguntam qual mensagem eu queria passar com a série, eu respondo: se a gente livrar a mulherada de umas roubadas que elas assistiram na série, para a gente, já vai ser missão cumprida."
A atriz conta que Amanda é uma personagem romântica e que acredita no amor. "O nosso episódio é sobre a quebra da inocência", antecipa. "Eu espero que a gente chame atenção para essa quebra de ingenuidade mesmo e para esse é senso de autopreservação que a gente precisa desenvolver."
Ela diz que teve experiências pessoais às quais pode recorrer para a construção do papel. "Infelizmente, a gente passa por situações muito muito ruins enquanto mulheres", lembra. "A quantidade de mulheres que sofreu algum tipo de abuso ou assédio ou passou por alguma situação tóxica... é quase unanimidade. E eu não passei impune aí na minha vida em outros momentos de menos maturidade e mais ingenuidade."
Assim como Sophia foi desenvolvendo formas de estabelecer limites para não se sentir invadida, ela diz que espera conseguir que outras mulheres alcancem o mesmo com a série. "Eu acho que a arte é um veículo de transformação, quando a gente fala sobre assuntos sérios em um filme, em uma série ou em uma música, isso pode fazer você mudar toda a concepção que você tem de mundo, na minha experiência pessoal", aponta.
"É óbvio que a gente se inspira, de alguma forma, em nossas vivências ou nas coisas que a gente já ouviu e que muitas pessoas acham que isso é mimimi", afirma. "Não é só uma questão emocional, moral ou financeira. Em último caso, pode significar morte pra gente. Então eu acho importante falarmos cada vez mais sobre isso, como a gente já vem fazendo."
Duda Nagle, 39, que dá vida a Patrick, o tal homem abusivo, diz que toda a experiência foi muito interessante para ele. O ator conta que foi preciso muita confiança da companheira de elenco para que o trabalho saísse como esperado.
"Os personagens se conhecem muito intimamente há muito tempo, já passaram várias e várias horas juntos", explica. "Os atores têm que meio que otimizar essa interação para se conectarem ali. Por mais que seja ali um trabalho técnico, a gente tem que se entrosar o mais rápido."
Ele lembra que Patrick, além de tudo, sofre de um transtorno mental, o que torna tudo muito mais intenso nas cenas. "Ele se engana com sua leitura da realidade, não pode confiar nem no que os próprios olhos veem", antecipa. "Então, ele usa isso como um combustível para cometer os abusos. É uma pessoa que está sofrendo muito, mas como esse sofrimento é mal controlado e mal gerido, ele acaba fazendo mal para os outros também."
O ator diz que essa é uma questão que lhe diz respeito, mesmo sendo homem. "Eu tenho uma filha de 3 anos e meio e tenho que, como pai, participar como um mentor na jornada dela, preparando para todas as possibilidades", diz sobre a filha, Zoe, do casamento com a apresentadora Sabrina Sato.
"Hoje, eu estou ali com ela, que ainda é uma criancinha, falando que o que que é perigoso, ela tem que confiar nos pais até chegar ao ponto de ter o próprio discernimento sobre o que é realmente seguro e o que é muito arriscado. Então eu acho que essa série ela tem um pouco essa função."
Fonte: CidadeVerde
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