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Especial: Quem é o Jao Ninguém?

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por Denilson Avelino, repórter Portal Oxen

"Sou o Jao Ninguém, tenho 26 anos e tem mais ou menos uns 26 anos que eu desenho também". Jao Ninguém é o nome artístico de João Alves de Sousa que tem nas memórias de infância os primeiros contatos com as ferramentas que viriam a se tornar seus instrumentos de criação. Sim, criação, pois os desenhos e formas criados pelo artista estão longe de ser um tipo de "trabalho". “Minha memória mais antiga da infância eu já estava com um lápis na mão. Sempre tive essa necessidade. Desenhar pra mim foi exatamente isso, necessidade. Tudo que eu via eu queria reproduzir em um papel a partir do meu modo de olhar para as coisas”, explica.

O traçado de Jao Ninguém sempre chamou atenção dos amantes do grafite, mas para o público geral em Floriano, o artista ganhou notoriedade quando foi convidado a aplicar sua arte em um grande painel no caís da Beira-rio que acabou se tornando ponto turístico.  “Com certeza um dos mais legais que já fiz. Foi muito importante ter um trabalho como esse exposto num lugar tão importante pra minha carreira”, comenta.

Mas a vida do artista (de grafite principalmente) não é fácil! Entre os vários empregos que João já teve, sempre fez arte por fora como uma forma de ganhar “uns trocados” a mais no fim mês. “Pintava telas, camisas e faixadas comerciais e foi então que conheci o grafite e a street art. Comecei pintando muro mesmo, grafitando e enfim, o que mais aparecesse. Foi a partir daí que comecei a enxergar minha arte como uma possibilidade de viver disso. A vida foi me levando pro mundo da tatuagem, incentivado pelas pessoas que já gostavam do meu trabalho”.  

Autodidata, não demorou muito tempo pra conseguisse montar meu primeiro estúdio. E além de artista do grafite, João é um exímio tatuador. Assim ele tem a oportunidade de eternizar momentos, crenças, ideias, pessoas. E se vê cada dia mais apaixonado por um outro mundo: o da tatuagem. Mas ele é categórico ao afirmar que o “muralismo” não sairá tão cedo da sua vida.  

Sobre os percalços da profissão como artista visual, Jao relata com empolgação sua crença de que precisamos amar o que fazemos pra chegar em algum lugar nessa vida. “Eu acredito que vale a pena fazer arte como vale a pena viver. Aliás, pra mim, só vale a pena viver fazendo arte! Se eu não estiver riscando alguma coisa, a minha vida deve tá indo muito mal”, finaliza. Veja mais fotos na carreira do artista!

 

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