Namorada do estudante Lucas Vinícius Monteiro Oliveira, que desapareceu em Teresina na madrugada do último dia 24 de abril após uma festa na zona Norte da cidade, a advogada Gabriela Vasconcelos afirma que vem sofrendo uma série de ataques e ameaças nas redes sociais a responsabilizando pelo caso.
Em sua primeira entrevista desde aquela madrugada, Gabriela disse ao Jornal do Piauí, da TV Cidade Verde, nesta quarta-feira (20) que tem passado por momentos difíceis não apenas por conta de tudo o que aconteceu e do que tem vivido, mas também pelas constantes ofensas da qual tem sido vítima.
“Tem sido bastante difícil, principalmente pelos ataques que estou recebendo de toda a sociedade, por uma coisa que não fiz, eu só presenciei, e pela falta dele. Me chamam de assassina, que deveriam colocar uma corda em mim e me pendurar de cabeça para baixo na ponte, para eu falar onde ele está. Esse tipo de coisa, ataques de ódio”, contou a advogada.
Última pessoa com quem o estudante Lucas Vinícius esteve antes de desaparecer, Gabriela sustenta a versão do seu depoimento na Delegacia de Desaparecidos, do DHPP, de que o namorado parou o carro em uma das vias da Ponte Juscelino Kubitschek e pulou no Rio Poti.
“Ele só saiu correndo. Eu puxei o freio de mão, desci do carro e fui atrás dele. Ele ficou na ponte, pendurado no parapeito do lado do rio e eu falei para ele: Lucas volta. Porque achava que ele estava só enchendo o meu saco, só brincando comigo, porque ele estava rindo”, pontuou a jovem.
Momentos antes do desaparecimento
Durante a entrevista, Gabriela afirmou que apesar de ela e o namorado seguirem uma rotina normal no dia do desaparecimento, teria percebido ele “choroso”. Ainda assim, foram juntos à uma academia pela manhã e a noite ao aniversário de uma amiga, onde ambos fizeram uso de bebida alcoólica.
Ela conta que como Lucas estava embriagado, ele mesmo pediu para que ela dirigisse seu carro quando fossem embora do local, porém, o estudante teria mudado de idéia e insistido para assumir o volante do veículo.
“Quando saímos da festa ele começou a pedir a chave do carro e eu falei para ele que eu daria a chave, mas não iria embora com ele [...] Quando eu saí e dei a volta no quarteirão, ele puxou o freio de mão e falou: vou dirigir o carro, porque tu não vai conseguir dirigir com o parabrisa quebrado”, narrou Gabriela.
A advogada mencionou que Lucas teria mencionado um defeito no parabrisa do veículo. Como chovia naquela ocasião, o estudante achava que a namorada teria dificuldades para conduzir o carro e insistia para que ela o deixasse dirigir.
“Quando a gente chegou na ponte ele começou a querer parar o carro e querer dirigir. Eu falei que não, que não ia parar o carro ali. Ele começou a abrir a porta do carro, com o carro em movimento e colocar o pé para fora”, descreveu Gabriela.
Em seu relato, a advogada diz que depois de parar o carro o estudante abriu a porta e saiu correndo em direção ao parapeito da ponte. Ela ainda teria pedido para que ele retornasse ao veículo, mas sem sucesso.
“Achava que ele estava só enchendo o meu saco, só brincando comigo, porque ele estava rindo. Fiquei pedindo para ele voltar, até que quando fui indo para pegar ele, ele sorriu, me deu tchau e se soltou”, relatou.
Relação com a família do namorado
Gabriela diz que o posicionamento dos pais do namorado em relação ao caso e a ela também a deixa abalada. “Nunca esperei isso da família dele porque sempre falei com a mãe e o pai dele, sempre dei noticias, inclusive pedi ajuda para a mãe dele quando ele estava depressivo [...] Isso tem acabado com a minha vida, porque criei pânico de sair em qualquer lugar, tenho medo das pessoas e do que elas possam fazer comigo por uma coisa que eu não fiz”, enfatizou.
Polícia segue investigando
O caso segue sendo investigado pela Delegacia de Desaparecidos, que faz parte do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil do Piauí.
A delegada Fernanda Iris, responsável pelo inquérito, tem evitado se manifestar sobre o desaparecimento de Lucas Vinícius, em decorrência das informações desencontradas que estão sendo divulgadas e para garantir imparcialidade durante a investigação.
Fonte: CidadeVerde
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