Com título “Efeito das Práticas Integrativas e Complementares na Melhoria da Capacidade Funcional e Qualidade de Vida na Síndrome Pós-Covid-19”, o projeto de pesquisa desenvolvido pela docente da UESPI, Profa. Dra. Veruska Cronemberger Nogueira Rebêlo, durante o seu pós-doutorado na Universidade Vale do Paraíba- UNIVAP, em São Paulo, contou com a colaboração do Grupo de Pesquisa Biofotônica e Termografia Clínica e Experimental, formado por professores da nossa instituição, juntamente com a contribuição de duas alunas de Graduação em Fisioterapia.
“A pesquisa parte do projeto do meu pós-doutoramento, sob orientação da Profa. Dra. Emilia Angela Lo Schiavo Arisawa, que estou fazendo na UNIVAP em São Paulo, São José dos Campos. Nós contamos com a parceria da UESPI, através da disponibilização de equipamentos, onde eles são cedidos para as pesquisas científicas. É feito um documento, solicitado a liberação, o equipamento é calibrado, utilizado no processo e depois é devidamente calibrado e devolvido para o laboratório de pesquisa. O objetivo dessa parceria é exatamente ceder esses equipamentos”, destaca a Profa. Dra. Veruska Rebêlo.
O Hospital da Polícia Militar (HPM), em Teresina, também foi uma instituição parceria, ao disponibilizar uma sala de atendimento Pós-Covid-19, a qual serviu para os atendimentos dessa mesma pesquisa de pós-doutorado. Os pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos. No grupo 1 foram tratados com Laserpuntura e Terapia Manual e no grupo 2 com Acupuntura e Terapia Manual. Foram uma avaliação inicial, seguida de 12 atendimentos com frequência de três vezes na semana, durante uma hora. Após o termino dos 12 atendimentos os pacientes foram reavaliados e apresentaram melhora significativa no quadro geral de saúde.
Segundo a Profa. Dra. Veruska Rebêlo, a iniciativa surgiu a partir de uma inquietação Pós-Covid-19 que muitos pacientes com sintomas duradouros, alguns com mais de doze semanas, demonstravam aos alunos durante os estágios. O fenômeno começou a ser chamado inicialmente de síndrome Pós-Covid-19 e hoje é chamado de Covid Longa, com mais de cinquenta sintomas conhecidos. Foram atendidos no HPM-PI 30 pacientes com diagnóstico de Covid Longa com sintomas de dor musculoesquelética, insônia, alterações emocionais (stress, ansiedade e depressão) e alterações cognitivas (esquecimento, perda de concentração e confusão mental).
Para a pesquisadora, foi a partir dessa percepção, discutindo com os professores do Grupo de Pesquisa Biofotônica e Termografia Clínica e Experimental, que tem por Coordenador o Prof. Dr. Rauirys Alencar de Oliveira, que foi possível desenvolver uma pesquisa que pudesse beneficiar a população. “Tínhamos critérios de inclusão e exclusão, as pessoas não podiam estar fazendo outro tipo de tratamento e elas não poderiam estar tomando nenhuma medicação que interferisse nos resultados da pesquisa. Tivemos vários instrumentos validados cientificamente, de avaliação, de qualidade de vida, de sono. Duas alunas da Graduação em Fisioterapia foram convidadas para que pudessem ajudar durante os atendimentos dos pacientes, selecionados a partir da divulgação em redes sociais e grupos de professores e alunos. O trabalho de conclusão de curso (TCC) dessas alunas, Eva Silva e Mikaelli Lemos, fez parte da pesquisa”.
Veruska Rebêlo afirma que o objetivo é fortalecer as pesquisas científicas e contribuir para a saúde e o bem-estar da sociedade, pois a partir do momento que a mesma possui um grupo de pesquisa, onde vários profissionais se dedicam, fazem descobertas e publicam, fica mais fácil alcançar esse objetivo. “Como acupunturistas pensei em desenvolver um protocolo com alguns pontos de acupuntura, foram dez pontos, em que a gente pudesse gerar um bem-estar e melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. Foi uma experiência extraordinária pois o impacto foi enorme na vida dos pacientes. Após os primeiros atendimentos nos surpreendemos com os resultados”.
Pesquisadores da UESPI desenvolvem projeto voltado a qualidade do sono no Pós-Covid
Os discentes de pós-graduação em Fisioterapia Hospitalar, Miguel Rocha, pesquisador responsável e Thiago Silva, pesquisador participante realizam um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), com o tema voltado sobre a qualidade do sono dos pacientes no pós-covid. Eles são orientados pela professora Daisy Ykeda, professora de Fisioterapia, professora adjunta III e Tutora da Residência Multiprofissional em UTI da UESPI.
O objetivo do projeto é avaliar a qualidade do sono de pacientes pós-Covid 19, levando em conta que o sono da população em geral piorou durante a pandemia, mas estudos já vem indicando que o grupo infectado pelo novo coronavírus foi o mais afetado. Para a professora Daisy Ykeda, a pandemia reforçou a sobreposição de insônia com as doenças psiquiátricas como ansiedade e depressão. “Os pacientes com a Covid longa apresentam dores de cabeça, fadigas, náuseas e sintomas respiratórios que podem prejudicar o sono. As mulheres também são as mais acometidas, por mudanças na rotina diária, aumento da ansiedade e a tripla jornada feminina aumentada”, afirma a docente.
O método da pesquisa científica, feita pela escala de Pittsburgh, se baseia na aplicação de uma pesquisa realizada por meio de dois questionários virtuais, sendo que o primeiro aborda aspectos relacionados a qualidade do sono no último mês com perguntas objetivas para os participantes tais como: em que horas você deita? Quanto tempo leva para dormir? Em que horas você levanta? O segundo questionário aborda aspectos voltados aos dados pessoais e sequelas da Covid-19, com perguntas como: qual a sua altura, idade, peso? Você foi internado em casa ou no hospital?
O pesquisador responsável Miguel Rocha, comenta que a qualidade do sono é extremamente importante para o equilíbrio do corpo, para a homeostase, para o aumento e a melhora da imunidade e para a profilaxia de todo o sistema do corpo humano. Ele observou através de estudos, uma queda da qualidade do sono relatadas recentemente e decidiu seguir essa linha de pesquisa em seu TCC.
“Uma das sequelas que atingiram os pacientes infectados com a Covid-19 é a piora na qualidade do sono, então é de extrema importância saber como as pessoas vem apresentando esses sintomas, tanto as que ficaram em ambiente hospitalar como as que fizeram o tratamento em casa. Já passando pelas correlações, avaliando as sequelas e também observando as questões de depressão e ansiedade, que são fatores que levam a má-qualidade do sono pensando também como essas sequelas vão afetar essas pessoas no futuro”, encerra.
O pesquisador participante Thiago Henrique afirma que essas perguntas feitas pelo questionário possuem como finalidade absorver critérios proporcionando a pesquisa uma base de como está a qualidade do sono das pessoas pesquisadas atualmente. “Muita gente não está conseguindo dormir bem, por conta desses fatores, seja por problemas respiratórios, seja por consequência mesmo de insônia prejudicando o dia-a-dia de cada pessoa”, finaliza.
Foram coletados dados de 64 participantes e os resultados apresentados revelaram que: 19/64 (30%) dorme bem, 45/64 (70%) dormem mal ou dormem mal que chega a ser distúrbio e 13/64 (20%) se caracterizam como distúrbio do sono.
Fonte: Governo do estado do Piauí
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