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Análise: Cori-Sabbá é exemplo de superação desde a Série B e distância do Z-2 é um feito para ser aplaudido

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Por Leo Leal, jornalista esportivo*

Conversei recentemente com Anderson Kamar, Esdras e P.H, presidente e jogadores do Cori-Sabbá, respectivamente… A frase que mais ouvi foi: “sabemos das dificuldades”. Me lembro que em junho do ano passado, li que o time de Floriano cogitava nem entrar na Série B por conta da pandemia. Sem a maior renda que era o público e poucos patrocinadores, a possibilidade de ficar fora era real. Conseguiu participar e como uma surpresa obteve o acesso ultrapassando o tradicional Piauí, que contava com jogadores como Eduardo e Fabinho, e batendo também Comercial e Caiçara, agremiações da cidade de Campo Maior, que contavam com bom apoio financeiro do Poder Público Municipal.

Mesmo depois da classificação e euforia com a vaga na Série A, que o alvinegro não disputava desde 2016, a dificuldade continuou. Me recordo que pouco tempo antes da primeira divisão começar, não se sabia se águia receberia público por falta de condições financeiras para fazer ajustes no Tiberão e adequar o estádio ao que pedia os laudos técnicos. Cheguei a comentar em rádio, TV, que não tinha certeza que o Cori participaria do certame em 2022, pois sem a renda da torcida ficaria difícil, sendo que na divisão principal os gastos aumentam muito. O time mais uma vez se superou, e se arrumou em tempo hábil para a disputa do campeonato.

Piauiense já para começar e era comum ver a análise de que pelas dificuldades, a equipe de Floriano seria uma das rebaixadas. Isso pode ainda acontecer, mas pelo andar da carroagem vai ficando difícil. Conversei com um amigo que colocava até o próprio Flamengo, que hoje é lanterna, como um time com mais condições, por ser um clube da capital e ter possibilidade de conseguir mais apoio. Vieram as primeiras rodadas e depois 5 jogos a águia não tinha conseguido vencer, confirmando os prognósticos pessimistas. Com 2 empates e 3 derrotas, o alvinegro era figura repetida no Z-2 e na lanterna. Na sexta rodada, após sofrer 2 a 0 no primeiro tempo contra o último colocado rubro-negro, a zona de rebaixamento já era um fantasma maior do que nunca. Só que aí mais uma vez a superação apareceu, e o “grupo de guerreiros” como Esdras me destacou, conseguiu uma virada surpreendente para 3 a 2, após bronca do do ótimo treinador Toninho Pesso no vestiário.

Depois da primeira vitória, alegria, mas não tinham muito tempo para comemorar: 4 de Julho e River, duas pedreiras pela frente. No jogo contra o colorado já era visível a melhora da confiança do time da princesinha do sul, que chegou a estar vencendo, mas por conta de erros da arbitragem e vacilos da defesa, acabou sofrendo a virada. Ah, antes que eu esqueça, uma coisa também que sempre me impressionou foi o apoio incondicional dos torcedores e entendimento do momento sem glamour da equipe. Força sempre das arquibancadas e comentários de otimismo nas redes sociais do clube vieram, mesmo quando o time estava na lanterna.

Na partida deste domingo (20), em casa, mais um roteiro cheio de emoção, depois de estar perdendo, o Cori virou para 2 a 1 e surpreendeu mais uma vez. Chegando a 8 pontos, a equipe se distanciou mais um pouco da degola, já que o Oeirense só tem 5 e o Flamengo já é um virtual rebaixado com apenas 1 ponto. Como eu escrevi no começo do texto, o sonho da semifinal continua difícil, mas vai ficando possível, com o River com 11 pontos em queda livre após 4 jogos sem vencer, e o Parnahyba com a mesma pontuação da galo, só que também muito inconstante, a derrota do Tubarão por 5 a 0 para o Fluminense, por exemplo, sendo que o vaqueiro passou quase a partida toda com um a menos mostrou isso.

O Cori-Sabbá não passa a ser favorito ao G-4, nunca foi. Ficar na Série A, já será um grande feito, mas esse clube mostra desde o ano passado que contrariar prognósticos é algo que eles fazem muito bem. Eu não consigo mais duvidar e você?

*Texto publicado originalmente no Portal RiachãoNet em 21 de fevereiro de 2022 e de responsabilidade do autor. 

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