O cantor Wesley Safadão, a mulher dele, Thyane Dantas, e a assessora do músico, Sabrina Tavares, negaram acordo com o Ministério Público do Ceará (MPCE) na manhã desta quinta-feira (28). A tentativa de entendimento apura se o trio furou a fila da vacinação contra a Covid-19 em Fortaleza, no dia 8 de julho.
Safadão usou o Instagram Stories para se manifestar sobre o ocorrido. O cantor afirma não ter chegado a um acordo com o MPCE porque queriam que ele se declarasse culpado e por exigirem uma quantia equivalente a R$ 1 milhão, "sendo que para um cidadão comum o valor é infinitamente menor".
Segundo nota enviada pelo MPCE ao F5, o órgão judicial propôs o pagamento de prestação pecuniária de 360 salários mínimos para Wesley, 360 salários mínimos para Thyane e 25 salários mínimos para Sabrina, cujo valor total seria destinado para entidade pública ou privada com destinação social. O comunicado esclarece que cada quantia foi calculada "considerando parâmetros legais e a estimativa da capacidade econômico-financeira de cada investigado".
Ao negarem a tentativa de acordo, eles propuseram o pagamento de 50 salários mínimos, o que foi recusado pelo MPCE. A nota diz ainda que a motivação para o processo envolve não apenas a vacinação de Wesley e Sabrina – que o fizeram dentro da data prevista –mas também a imunização de Thyane, que sequer estava agendada para aquele dia, porém foi beneficiada pelo desvio de uma das doses da vacina.
"Acrescente-se ainda que, com o intuito de beneficiar a vacinação do cantor, da esposa e da assessora, o MPCE investiga suposta movimentação de setores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Fortaleza para que funcionários terceirizados pudessem facilitar a vacinação dos investigados', afirma o documento, complementando que em novembro designará uma data para que tal suspeita seja investigada.
A nota explica também que o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) impõe que, para a celebração do entendimento entre as partes, haja confissão circunstanciada dos fatos. "O MPCE não exigiu declaração de culpa dos investigados, mas a própria legislação determina isso no artigo 28-A do Código de Processo Penal", diz trecho do documento.
"Considerando a natureza pública da investigação, o Ministério Público não aceitou o pedido de sigilo de eventual confissão proposto pelos suspeitos", informa a nota que finaliza afirmando que um acordo ainda pode ser realizado e que, caso não ocorra, os próximos passos do processo serão avaliados.
Safadão admitiu que foi um equívoco se vacinar em lugar diferente do que foi determinado para ele, mas disse que fez isso por ter sido orientado a evitar o local em que estava cadastrado para se imunizar devido a lotação.
"Sempre fui muito transparente com meu público, até demais! Se eu achasse que estava fazendo algo errado, ou cometendo um crime, vocês acham mesmo que eu publicaria?", questionou.
Ele finalizou o anúncio se desculpando pelo erro e dizendo que está triste com tudo que aconteceu. "Peço perdão à população da minha cidade, do meu país. Hoje realmente vi que fui mal assessorado sobre me vacinar em outro local, me disseram que não tinha problema algum essa mudança e eu acreditei. Realmente fui mal orientado", lamentou.
Fonte: CidadeVerde
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