Com essa crise do coronavírus e com todo mundo em quarentena, muitas relações afetivas têm sido afetadas. Sejam elas firmes ou casuais, recentes ou antigas, os efeitos do confinamento, num primeiro momento, nunca são benéficos.
Algumas pessoas estão muito juntas. Outras, muito separadas. É necessario muito amor e cuidado para que esse desafio seja superado.
Conviver não é nada fácil. Existe uma máxima que diz que "de perto, ninguém é normal".
Enclausuradas em suas casas, as pessoas mudam de humor, de hábitos e de interesses. Muda também a forma como reagem à pressão e à possibilidade de ter uma doença grave para si ou seus amados. Assim, as pessoas confinadas respondem das mais diversas maneiras à pressão social de uma pandemia, que traz consigo afastamento social ou hiperaproximação.
Felizmente, temos as redes sociais para conseguir driblar esse quadro caótico, com informações, campanhas, aplicativos de mensagens e de delivery, videochamadas e outros métodos para tornar a quarentena menos insuportável. As redes sociais foram feitas para aproximar as pessoas.
Mas, infelizmente, a quarentena possui terreno extremamente fértil para que surjam desentendimentos, brigas, tristezas, carências afetivas e materiais, falta de compaixão e o pior dos venenos que é o péssimo hábito da fofoca. Por causa disso, as redes sociais também trazem fakenews, distorções de informações verdadeiras, mentiras, informações incompletas, onde dados estão faltando ou foram alterados e gentebse aproveitando da situação de alguma maneira pelas mais variadas causas. Acima de tudo isso, trazem fofoca. Muita fofoca mesmo!
A fofoca espalha mais rápido que o coronavírus e separa as pessoas mais rápido e em maior número que ele. Ela deforma a verdade, do mesmo modo que a Covid19 deforma a saúde dos evolvidos. A fofoca, exatamente como o vírus, quando atinge quem já está sensível e vulnerável, é fator etiológico de um quadro clínico de prognóstico extremamente nebuloso.
Pessoas sofrem muito por causa dos dois. Pessoas ficam sem dormir por causa dos dois. Pessoas morrem por causa dos dois.
Muitas vezes, inclusive, a virulência psicológica é até maior que a clínica. Felizmente, a melhor maneira de se contornar uma quarentena e uma pandemia é exatamente a mesma com que se combate a fofoca.
Existe um protocolo até relativamente simples a ser seguido. O primeiro passo é buscar a informação com o máximo de fidedignidade possível, preferencialmente na fonte. Segundo é a necessidade de meticulosa avaliação de possíveis conflitos de interesse, pois eles existem nos mais diversos níveis e pelas mais variadas razões. Depois disso, deve-se adotar as medidas sanitárias necessárias para destruir seus agentes etiológicos. O próximo passo é fazer escolhas construtivas.
Deve-se escolher como se quer viver e com quem se quer viver com muita sabedoria, pois a qualquer momento pode-se estar de quarentena novamente. Aliás, conviver é confinar-se no universo dos seus amados, mesmo sem se perder contato com o mundo exterior. É também trazê-los, diariamente, para o seu próprio mundo. É fundamental mostrar interesse uns aos outros.
E por fim, é preciso que largas doses de uma supervacina seja amplamente distribuída de modo diuturno: o Amor.
Nada resiste ao amor e nada pode vencê-lo. Nem o orgulho, nem a fofoca, nem fakenews, nem coronavirus e nem mesmo a morte. O amor é sublime. Ele é forte. É imperfeito e delicioso. Seus efeitos são assustadores, mas extremamente eficientes, pois uma boa dose de amor resolve os piores casos.
Por isso, nada de espalhar fofocas. Elas nada constróem. Não trazem nada de bom. É preciso espalhar amor!! Até que se torne uma epidemia.
Salomão Cury-Rad Oka, Cirurgião Dentista e pesquisador da histórico florianense com foco na cultura árabe.
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